Saiba mais sobre A ascensão do cobre impulsionada pela transição energética
O preço do cobre está em alta devido a uma demanda impulsionada pelo uso deste metal na transição energética, desde em veículos elétricos aos painéis solares, passando também pela indústria eólica.
Os preços do cobre estão em alta desde fevereiro e nesta sexta a tonelada passou de 10.000 dólares (R$ 51 mil) pela primeira vez desde abril de 2022 na Bolsa de Metais de Londres (LME), chegando aos 10.033,50 dólares antes de recuar levemente.
Neste contexto de ascensão, a mineradora britânica Anglo American rejeitou uma oferta de compra da concorrente australiana BHP, por 38,8 bilhões de dólares (R$ 200,4 bilhões, na cotação atual), por considerá-la baixa e "pouco atrativa". Os preços do cobre estão em alta desde fevereiro e nesta sexta, a tonelada chegou à casa dos 10.000 dólares (R$ 52.628) pela primeira vez desde abril de 2022 na Bolsa de Londres. Com esta elevação, o metal se aproxima dos 10.845 dólares (R$ 57.075) por tonelada, maior marca da história registrada em março de 2022 devido ao aumento das matérias-primas com a guerra na Ucrânia.
"O novo petróleo"
"Se o mundo avançar para um futuro mais verde, o cobre se tornará o novo petróleo", afirma Kathleen Brooks, analista da XBT.
O cobre, um metal altamente condutivo, tem muitos usos na transição energética. Anteriormente, era utilizado na construção, fiação elétrica e fabricação de utensílios de cozinha. Para Ole Hansen, analista do Saxobank, ele é "crucial" para a transição verde e para "infraestruturas de energias renováveis, devido à sua utilização em cabeamentos e condutores de painéis solares, turbinas eólicas e outros equipamentos". Também é uma matéria-prima fundamental para os veículos elétricos.
Outros fatores que contribuem para este aumento da procura são a necessidade de modernizar as redes elétricas devido à alta do consumo de energia e à sua utilização para armazenamento de energia em baterias.
"A transição mundial para a energia elétrica atua como um catalisador adicional (para a demanda), já que fontes de energia renováveis, como as eólicas e os painéis solares e veículos elétricos, necessitam quantidades significativas de cobre", analisou o analista da AJ Bell Dan Coatsworth.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o mercado deste metal cresceu 50% entre 2017 e 2022 e está próximo dos 200 bilhões de dólares (R$ 1 trilhão).
A quantidade de cobre consumida no mundo dobrou nos últimos 20 anos.
Oferta em tensão
A oferta está sob pressão devido a inúmeras greves, tensões geopolíticas, novas regulamentações e um declínio na quantidade de metal que pode ser extraído de reservas em declínio.
Os principais produtores do mundo são o Chile, seguido pelo Peru, República Democrática do Congo, China e Estados Unidos, segundo o Statista.
"A exploração mineira é um processo incrivelmente caro. Muitas vezes se passam dez anos entre a descoberta de uma fonte de cobre e sua extração comercial", afirma Coatsworth.
O especialista destaca ainda que é um desafio encontrar minas de cobre e quando são localizadas, é preciso haver "material suficiente na rocha para tornar a extração economicamente viável".
Fonte: Agence France-Presse